quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
O mundo pelos olhos de uma criança...
“Pai, ele quer comer!”
A vida me ensinou o que é a realidade e me mostrou um mundo insensível e pouco tolerante, onde ninguém se entende, nem procura se entender e onde poucos dão importância aos tantos que parecem que do mundo não fazem parte.
"É mais uma bôca
Dentro do barraco
Mais um quilo de farinha
Do mesmo saco
Para alimentar
Um novo João Ninguém
A cidade cresce junto
Com neném...
Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal prá alguém..."
Relampiano - Lenine e Paulinho Moska
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domingo, 26 de julho de 2009
DRA. FLOR
Versos para serem cantados assim
Que nem o batuque de um taborim
Cada palavra que corre informa
São os meus versos tomando forma
Outro dia eu vi uma flor no jardim
Só não me lembro era rosa ou jasmim
Não sua forma a atenção me chamou
E sim o seu jeito que me encantou
Bem diferente de todas as flores
Bem leve dançava em meio a doutores
Queria dizer alguma coisa pra ti
Onde encontrar menina linda assim
Uma senhorita quase que perfeita
Mas calma tem paciência
Que tudo se ajeita
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sábado, 25 de julho de 2009
C R I e A N Ç A
Lembro de um menino
Menino sabido
Menino atirado
Menino levado
Sonhava em ser
Super Men
Mas tinha
Um jeito bandido
E se fosse um herói
Seria anti herói
Quem sabe um pirata
Lembro de um menino
Menino sabido
Menino atirado
Menino levado
Sonhava em ser
Super Men
Mas tinha
Um jeito bandido
E se fosse um herói
Seria anti herói
Quem sabe um pirata
Talvez
Pirata nada normal
Pé-de-pato e snorkel
Sempre sozinho
Ia onde fosse
Pra catar um tesouro
Menino esperto
Usava as palavras
Para encantar
Foi assim
que de um belo golfinho
virou grande amigo
E com ele no mar
Aprendeu a voar
Menino inquieto
Meio atrapalhado
Cheio de invenção
Todo agoniado
Não ficava num canto
E danou-se a voar
Dessa vez com balões
Dessa vez pelo ar
Menino sozinho
Onde foi parar?
Mas criança não pára
Continuava voando
Difícil de acompanhar
Outro dia disseram
Que o bom menino
Tinha ido ao deserto
Lá ficou conhecido
Por uns de Aladdin
Por outros de Ali Babá
terça-feira, 21 de julho de 2009
A SÍNDROME DO SUCESSO
Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.
Acontece hoje que o pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo, que vira um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.
É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse: "Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir". Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?
Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.
Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parecem que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.
A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: "Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham". Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.
A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.
O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança.
Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.
São quatro Loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.
Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz: se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.
Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz: se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.
Trechos da entrevista de Camilo Vannuchi a Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em Administração de Empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional. Em linha com o que penso.
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sábado, 18 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
E S P E R A N Ç A
O mais puro e sincero sentimento é seu e só seu
Não precisa ser divulgado
Deve ser bem guardado
Num esconderijo bastante seguro
E que seja lembrado
Nos momentos de tristeza
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P A C I Ê N C I A
Entenda que na natureza tudo tem seu formato, sua fórmula e seu tempo.
Decida o que quer
Faça sua parte
E espere
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Vai menino, acorda!
Pra quê?
A onda vem vindo!
Tô indo!
Pra onde?
Pro mar.
Mas tu vai se afogar...
Vô nada!
Tu não sabe nadar...
Mas sei caminhar
cada vez é um pé
e até onde ir
é o mar que me diz...
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domingo, 12 de julho de 2009
S I M P L I C I D A D E
Criança à beira do rio
Mirando o vazio
Atira a pedra
Quicou
Saltou
Pulou
Resistiu
Caiu
E o menino riu
S U S P I R O
Não o último, mas o mais importante
Aquele que traz o ar mais puro
Nos faz parar por dez segundos
E coloca nossa mente no lugar
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